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     Silvestres

     Da noite ao amanhecer, somos caminhada, sentimos o estalar das pedrinhas sob nossos pés

     Vemos as chuvas andinas, rebeldes, beijarem os ribeirões além das fronteiras

     Se a lua falta, cantamos para as estrelas

     Então, a natureza, o monte, ninho encontrado

     Sob o céu, mais um pedaço de paraíso, o amamos, polimos os cristais da alma

     Sincronizados com as tribais ampulhetas, mergulhamos em uma odisséia

     Aprendemos com sons, absorvendo e doando, acreditando no brilho dos olhos felinos

     Testemunhamos as algumas vezes em que as mariposas bailam com cometas

     E também as outras, nas quais os vagalumes expandem sua luz à neblina

     À vontade do regente dos ventos, a vida, é o sonho e a cura

     Aceitamos, nos apegamos à ela

     Emergimos das águas que refletem a audácia dos pássaros

     Vemos o bater de asas que revela a prata pontilhada no horizonte

     No ar, as candeias das lendas zelam pelo mito maior

     Vista lá de longe, no universo, novamente uma poesia

     Um planeta safira, gota do orvalho de galáxias, que pulsa e progride

     Uma flor resta, plena, eternamente

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)


Com Patrícia Lettiere ( http://pintandonopedaco.blogspot.com.br ), Paulo Lettiere ( http://osabordamente.blogspot.com.br ) e todos os meus inspiradores.