sábado, 31 de dezembro de 2011

III - Artes Plásticas Neoclássicas

A arte neoclássica européia exaltava a natureza. O ideal da vida bucólica, simples, onde reinava o desejo de fuga das cidades e a busca por lugares amenos se fazia presente em cada obra. Os neoclassicistas formavam a arte burguesa, que ascendia e combatia a vida luxuosa da nobreza, havia a constante rivalidade com o Barroco, a chamada arte cortesã (dos nobres), gênero considerado extremamente exagerado, com seus temas religiosos. As artes plásticas neoclássicas também exaltavam os feitos heróicos, retratos de batalhas, sempre privilegiando a forma e a harmonia nas obras. Discordava somente da noção de beleza eterna defendida durante o período clássico renascentista, para os neoclássicos a arte tinha que se identificar com os padrões da modernidade.

Grandes artistas da História fizeram parte da sociedade neoclassicista européia, por exemplo:

François Rude (Dijon, 4 de Janeiro de 1784 - 3 de Novembro de 1855)



Escultor que estudou na Escola Real de Desenho de Dijon. Em 1833 recebeu a Cruz da Legião de Honra (criada em 20 de Maio de 1802 por Napoleão Bonaparte, é a mais significante honraria francesa, prêmio oferecido até os dias atuais aos cidadãos com méritos eminentes) por sua criação “Jovem Pescador Napolitano brincando com uma tartaruga”, em seguida foi convidado a executar um importante conjunto no Arco do Triunfo “A Marselhesa”.





Também criou as estátuas “Joana D'Arc” e “Gaspard Monge”.



Jean-Baptiste Debret (Paris, 18 de Abril de 1768 - Paris, 28 de Junho de 1848)



Em França, Debret se dedicava a temas napoleônicos. Algumas de suas principais obras são os quadros “Primeira distribuição das Cruzes da Legião de Honra, em 14 de Julho de 1804”



e “Régulus voltando a Cartago”.



Jacques-Louis David (Paris, 30 de Agosto de 1748 - Bruxelas, 29 de Dezembro de 1825)



Foi o pintor oficial da Corte Imperial Francesa. São algumas pinturas do artista “A Morte de Sócrates”, “O Juramento dos Horácios”, “A Coroação de Napoleão”, “Retrato de Lavoisier” e “Os Litores”.







As duas últimas sendo censuradas na época, por se tratarem de obras ligadas à Revolução Francesa.

As Artes Plásticas neoclássicas foram efetivamente introduzidas no Brasil a partir da Missão Artística Francesa em 1816 (projeto liderado por Joachim Lebreton) já que ser um artista neoclássico na França depois da queda de Napoleão Bonaparte (o maior incentivador dessa arte, mecenas de artistas  como Debret e David) se tornou inviável e até mesmo perigoso, já que muitos artistas temiam até por suas vidas diante do retorno dos Bourbon. Era necessário voar, buscar terras em que a arte tivesse a liberdade tão almejada por esses artistas, um novo horizonte onde além de criar suas belas obras, pudessem também compartilhar seus conhecimentos sem receio. Fundaram no Rio de Janeiro a Academia de Artes e Ofícios, sendo depois chamada de Academia Imperial de Belas Artes. Os maiores representantes da arte neoclássica no Brasil foram:

*Jean-Baptiste Debret - membro da Missão. Uma de suas obras inspirou a Bandeira Republicana do Brasil (a atual). Permaneceu no Brasil por 15 anos. Aqui suas obras se inspiravam em cenas do cotidiano brasileiro e paisagens. Ao retornar para a França lançou “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, obra que reunia 153 pranchas e textos, explicando o significado de cada desenho. Entre as principais criações de Debret inspiradas no Brasil estão os quadros “Guerreiro indígena à cavalo”, “Dom João VI” e “Castigo de escravo”.







*Nicolas-Antoine Taunay (Paris, 10 de Fevereiro de 1755 - Paris, 20 de Março de 1830)



Professor, pintor e ilustrador. Foi aluno de Jacques-Louis David na Escola de Belas Artes de Paris, também fez parte da Missão Artística Francesa. No Brasil tornou-se um dos fundadores da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) e tornou-se professor de pintura de paisagens na Academia Real. São algumas obras do artista “Vista do Outeiro” e “Largo da Carioca”






*Johann Moritz Rugendas (Augsburgo, 29 de Março de 1802 - Weilheim, 29 de Maio de 1858)



Chegou ao Brasil em 1821 na Missão Científica do Barão de Georg Heinrich von Langsdorff, com o objetivo de obter material para desenhos e pinturas. Viajou por todo o Brasil, pintando cenas do cotidiano e natureza brasileira. O artista pintou entre outras, as obras “Índios em uma fazenda de Minas Gerais”, “Castigos Domésticos”, “Capitão do Mato”, “Roupas Típicas” e “Navio Negreiro”.






*Manuel de Araújo Porto-Alegre (Rio Pardo, 29 de Novembro de 1806 - Lisboa, 30 de Dezembro de 1879)



Pintor, historiador de arte, crítico, professor, diplomata, arquiteto e caricaturista. Também foi escritor do romantismo. Aluno e discípulo de Jean-Baptiste Debret na Academia Imperial de Belas Artes. Patrono da Cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1874 recebeu do Imperador D. Pedro II o título de Barão de Santo Ângelo. Algumas de suas famosas obras são “Selva Brasileira”, “Pietà” e “Dom Pedro I”.



E assim é a arte, amadurece no tempo certo, não se atrasa nem se adianta, caminha no ritmo dos sonhos e pensamentos humanos (mesmo que por natureza ela possa ser mais veloz, nunca abandona seus amigos). Não existe História sem arte, existem fatos. Um documento pode esclarecer acontecimentos. Mas uma escultura, arquitetura, música, quadro, livro, revelam a essência, trazem à tona mesmo muito tempo depois o que se passava no coração do guerreiro, na alma do filósofo, no olhar do índio... nenhum detalhe escapa à sensibilidade do artista. História não se faz somente com contabilidade de números de erros e acertos ou vitórias e derrotas, ela se faz presente nas buscas coletivas ou individuais, sonhos, alegrias e tristezas. Alguns retratos são pomposos à primeira vista, mas se por um instante pararmos e observarmos, compreenderemos a outra face, um gesto vacilante do personagem diante de um ideal que se concretiza além das preocupações com as armadilhas que o destino lhe reserva. Escrevo isto porque muitos dos artistas que acabei de apresentar, como tantos outros, retrataram a vida e os lugares por onde passaram heróis famosos ou não, são testemunhas, ou melhor são também heróis dignos de apaixonados aplausos, pois se lançaram no mundo em meio à tempestade e ousaram semear uma faísca de Sol, esta luz cresceu, e não só venceu a tempestade, como iluminou o mundo inteiro.

Créditos:
Fonte de Informação https://pt.wikipedia.org
Imagens extraídas de https://pt.wikipedia.org
Autores e Títulos segundo a ordem de postagem:

*François Rude
A Marselhesa
Joana D'Arc

*Jean-Baptiste Debret
Primeira distribuição das Cruzes da Legião de Honra

*Jacques-Louis David
Coroação de Napoleão
Portrait of a Young Woman in a Turban
Serment de l'armèe fait à L'Empereur après la distribution des Aigles 5 Décembre 1804

Guerreiro Indígena à Cavalo (Debret)
Second Marriage de S. M. I. D. Pedro I er (Debret)
A Brazilian family in Rio de Janeiro (Debret)

*Nicolas-Antoine Taunay
Largo da Carioca
Cascatinha da Tijuca
Vista tirada do Morro da Glória 1820

*Johann Moritz Rugendas
Índios em uma fazenda de Minas Gerais
Capitão do Mato
Roupas típicas do Rio de Janeiro

*Manuel de Araújo Porto-Alegre
Selva Brasileira

Ana Lettiere

Nenhum comentário:

Postar um comentário