quinta-feira, 7 de junho de 2018
Somos Seres das Florestas!!!
Somos bichinhos do mato que, evoluindo, certo dia nos descobrimos seres das florestas! Ousamos os caminhos fora dos asfaltos e mapas, conhecemos desertos, lagoas, cachoeiras, mares e relvas.
Em cada paisagem sopramos versos em ventos às flores e suas sementes em buquês, dentes-de-leão, que se libertam aos primeiros raios das manhãs... E as vemos brotar, doces e indômitas, ao longo das estradas, conselheiras, arautos divinos!
Das visões que nos rondam recolhemos as bençãos ofertadas por nossa Mãe Natureza, tecelã de corações e das almas, vibrante clorofila do querer... Somos verdes, nos aprofundamos, mimetizados com as folhas que nos cercam a cada passo vigiado por Lua, Sol ou breu.
Por todos os lados, ruídos que nos fazem saber que são das vidas, das lendas, nossas iguais! Nos reafirmamos, agradecemos por tudo o que para sempre desejamos... Poder em cantos e flechas para afastar dos bosques e seus bebês os medos e pesadelos que os afligem... Bloquear a tirania, torná-la mais infértil do que já é por sua sina.
Temos meios e domínio para expandir esses recantos que construímos entre os jambeiros que abraçamos, beijamos... Ouvimos! Copas mestras da essência, guias de nossos juramentos, a cujos pés nascem felizes bandeiras de paz.
Este é o paraíso onde sonhamos, sorrimos e até brincamos com os desafios, os desfiamos com nossa vontade!
Indo e retornando, corremos com os rios que se encontram, geram, fortalecem, e, saudáveis, evaporam! Os acompanhamos enquanto descem em neblinas fraternas, com suas flautas, sobre a Grande Serra dos Mil Mistérios e Órgãos... E em cada Ser vemos o maestro dessas óperas naturais... Bailamos!
Somos andarilhos, incansáveis seguimos, deslizando pelos labirintos esmeralda, compartilhando recordações compreendemos, reconhecemos... Escrevemos em orvalho nesses papiros viçosos e selvagens que ascendem como sentinelas imortais, imprevisíveis raízes, suaves e constantes seivas benignas que alimentam o puro ar!
Por mais que sejam breves essas horas de chegadas com sutilezas de partidas, aqui habitam para sempre Epopéias e silhuetas... Nesses mesmos ninhos construídos pelas aves raras que lêem o mundo em cada grafite dos meteoros na lousa celeste! Estrelas e filosofia que não apenas resistem, mas imperam no lume das ancestrais certezas!
07/06/2018
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)
Com:
Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário