segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Xuxa (Minha Filha Pet) Bagunceira Linda!








     Amigos, nesse post vou compartilhar algumas recordações sobre a minha primeira cachorrinha, a Xuxa... Colocamos esse nome nela pois sempre fomos fãs da Xuxa apresentadora. Nossa! Não bastava assistir ao programa... Tínhamos que ter a fita musical e comprar assiduamente aquela revista em quadrinhos dela e sua turma... Lembro perfeitamente que por lê-la, eu acreditava que as Paquitas, Praga, Dengue e etc moravam com ela na vida real... Ficava imaginando como devia ser um paraíso e queria estar ali também, com todos eles, vivendo inúmeras aventuras regadas à muita amizade!

     Mas voltando à minha au-au... A mesticinha mais maravilhosa do Universo... Branca manchada de preto e caramelo, essa eterna menininha, em sua jornada só preencheu minha história com alegrias! Hoje, alguns anos depois de ter se reunido às estrelas de onde veio, ela ainda sabe que meu coração sempre será uma almofada de amor à sua disposição, para que ela se deite e continue a sonhar, depois de um dia inteiro de brincadeiras pelo mundo! Por sua vez, ela afaga meu espírito com seu calor celeste, inundado por vida!

     Ela cruzou nossos caminhos pouco depois de começar a ser exibido o programa global "TV Colosso", que era simplesmente um absurdo de bom!!! Por falar nisso... Dia desses, eu estava matando a saudade desse programa, assistindo a um de seus vídeos no You Tube... Uma verdadeira máquina do tempo guiando para dias cintilantes do meu passado. Só para mencionar dois trechos presentes no vídeo, aqui vai: Em um, a gente se depara com uma dupla de au-aus que se atrapalha toda para responder às perguntas do "Capashow"! E em outro momento, durante uma conversa com seu chefe, JF, o Capachão pergunta para ele "Que Rei sou Eu?"...

     E nem é preciso comentar sobre a fome titânica em que aquela galera sempre se encontrava, kkk! O final do programa, invariavelmente, contava com a turma avançando para o refeitório, "atropelando" o Chef de Cozinha! Lembro que eu e minha irmã, a tempos vínhamos insistindo para ganhar um cachorrinho, e com a estréia dessa atração infantil, a situação só se agravou, rsrs!

     Bem, agitada, Xuxa sempre foi, desde pequenininha! Mas foi mesmo em sua "adolescência" que ela começou a mandar na gente... Sim, porque ela cresceu, e bastante, ficou vistosa... Às vezes sua energia até nos assustava! Ela vinha correndo de longe e se jogava nas costas da gente de surpresa. Se estávamos lavando nossas bicicletas, por exemplo, quase íamos ao chão quando ela nos acertava em cheio, rsrsrs!

     E nesse clima de "Agora ninguém pode comigo!" foi que vivenciamos o primeiro susto grande com ela... Quase tivemos "um troço" nesse dia... Estávamos Paty, eu e papai levando ela para se vacinar numa praça da cidade... Colocamos a coleira na "mocinha" e até que ela estava seguindo relativamente direito pelos caminhos. Ia meio ziguezagueando, mas tranquila, até chegarmos ao calçadão da lagoa... Onde começamos a encontrar outros cães e seus donos indo e voltando da praça. Então Xuxa começou a ficar tensa (Tenho certeza de que os cachorrinhos que estavam voltando contavam o que os aguardava aos que ainda estavam indo, porque a atitude dela mudou muito), mas estávamos conseguindo controlar a situação...

     Passamos por uma Poodle, as duas travaram as passadas mas após alguns segundos cada uma foi pro seu lado... Passamos por um Pinscher, rosnaram, mas seguiram seus destinos... Quando ela ia passar por um cão da raça Lobo, o bicho pegou! Os dois começaram a latir, se embolaram, ficaram até em pé! O moço, dono do cachorro, se desesperou e soltou a coleira dele, Xuxa arrebentou a dela e os dois saíram correndo enlouquecidos para o meio da pista. E nós todos gritando por eles... A gente pensava "Vão morrer... Ou de briga ou de atropelamento! Ai, não!"

     Só se arranharam. O Lobo voltou de forma obediente para seu guardião, pedimos desculpas pela participação de Xuxa na confusão, o homem aceitou e seguiu seu caminho... Mas Xuxa continuava no mesmo lugar, sentada no asfalto quente! A gente no canteiro, chamando, implorando, chorando, para ela ter o bom senso de sair dali e ela só mexendo as orelhas! Até que, com toda calma, ela resolveu mostrar piedade para com nossa agonia e veio para perto da gente... Mesmo assim não escapou de tomar a vacina! A saúde em primeiro lugar!

     Outro susto do tamanho de um mundo, foi na ocasião em que a gente estava voltando para casa... Eu e Paty com pedaços de torta nas mãos e papai conduzindo ela com a coleira. Nessa época, a gente estava morando em uma rua mais afastada do centro, mais deserta... E por ali existiam umas construções com muros pequenos onde habitavam cachorros grandes... Já dá pra sentir o drama, né?!

     Pois bem... Xuxa resolveu prestar atenção ao que latiam dois Dobermans e começou o triste espetáculo... Com todos os dentes à mostra, latiu também, e grosso, algo típico dela... Sempre revidava de igual para igual, mesmo que os outros tivessem o dobro de seu tamanho! Um choque para mim, que na época acreditava que todas as cachorras latiam fininho como pets de bolsas dignas de Miss!

     Os Dobermans não hesitaram, desceram a escadaria de seu quintal, passaram pelo portão que não tinha grades suficientes para impedi-los e... Vieram pra cima! Com medo de que por estar presa, Xuxa levasse desvantagem na briga ou até mesmo se enforcasse, papai soltou a coleira. E lá fomos nós correndo, gritando encarecidamente para que parassem com aquilo e levando esbarrões por todos os lados... Em um dos golpes, um dos pedaços de torta voou a uns três metros de altura e voltou a aterrissar são e salvo nas mãos da Paty... Que sorte! Após a competição de brabeza, todos eles exibiam uma dezena de arranhões mas felizmente nada de mordidas!

     Olha... Confesso que na verdade, todos esses cães que brigaram com Xuxa, e ela também... Se comportaram razoavelmente bem, pois nunca sobraram mordidas para a gente ou alguém que estivesse passando no momento... E eles saíam de suas tretas com ferimentos mínimos.

     Pior do que ver ela tendo essas desavenças, foi o dia em que ela fugiu de casa, simplesmente sumiu... Aí o mundo parou, porque ficávamos pensando nela sozinha, perdida, com fome e sede, atravessando as ruas sem olhar e arranjando arruaça com todo cachorro que passasse por ela. Foi sofrimento puro! Lembro que nós três saíamos todos os dias bem cedo de casa e começávamos a procurar pelas ruas mais próximas... Conforme íamos tendo que procurar por bairros mais distantes, as esperanças iam embora. Em algumas dessas buscas, um toque de humor se repetia... A gente ia pelas ruas gritando seu nome enlouquecidamente, com a sensação de que nossas vozes iriam chegar até ela e criar um caminho sonoro que iria guiá-la de volta ao seu lar... E nem se dava conta do que isso significava para quem não sabia o que estávamos querendo...

     O que podia ser? Como poderiam desvendar? Crianças em uma cidade pequena, correndo numa rua pacata, gritando por Xuxa! Pronto! Logo apareciam outras crianças, saídas de tudo quanto é portão... Perguntando se a Xuxa, apresentadora, tinha passado por ali. E sem esperar pela resposta já começavam a chamar também! Rsrsrs! Sobrava para o nosso pai explicar a situação para a galera! Resumo da ópera... Não encontramos ela pelas ruas, nem abrigada em casa alguma. Foi uma semana de "luto", até que ela milagrosamente apareceu em nossa casa. E não estava só! Trouxe seu amado, o malandrinho mais fofo e fiel que eu já vi... Era pintadinho igual à ela... E o hóspede foi ficando até que virou de vez parte da família! Por causa do seu focinho, que parecia uma batata graúda e super peluda, demos o nome de "Batatão" para ele.

     Bem, não demorou e descobrimos que essa nossa filha ia nos presentear com netinhos! Eles chegaram de madrugada, vimos o nascimento de todos! Nesse dia nem fomos para a escola... A gente não ia conseguir se concentrar nas aulas sabendo que aquelas lindezas estavam nos esperando! Oito bebês adoráveis, todos com as cores copiando às dos pais... Um tinha uma mancha preta maior, outro era todo branco só com as pernas repletas de bolinhas pretas, o terceiro era todo preto com mancha branca na testa e assim por diante... Uma família au-au apaixonante! Dentre essas crianças, dois irmãozinhos nunca se separavam e eram os que mais aprontavam, Bob e Buck. Estes tinham bem acentuados os genes maluquinhos dos pais! E eram seres das florestas! Adoravam ficar no mato... Valentes, desbravadores e... Safados... Até beber cerveja já quiseram!

     Foi assim... Nosso pai estava fazendo mais um trecho do muro da nossa casa e todos eles estavam resguardados numa espécie de quartinho, no fundo do quintal. Meu pai resolveu fazer uma pausa e lanchar... Pegou uns salgados, uma latinha de cerveja e botou em uma bandeja sobre uma pilha baixa de tijolos... Depois de algum tempo se distraiu... Até que percebeu o barulho de lata rolando pelo chão! Olhou e nem acreditou no que estava presenciando... Eles tinham cavado por baixo da porta do quarto, saído e estavam atacando a lata! Brincavam com ela e quase beberam o conteúdo que começava a ser esparramado ao longo do chão! Foi a maior correria para recolher os filhotes que teimavam e nos driblavam por todos os lados!

     Essas e todas as muitas memórias que se tornaram o Sol daqueles tempos só foram possíveis por um dia você ter entrado em minha vida, Xu... Você, que sempre será a mais forte, com seus pulos altíssimos a fim de alcançar seu brinquedo/alimento preferido, o pão francês que lançávamos e que você abocanhava em pleno ar! Sempre a mais rápida, a que fazia subir toda a poeira da rua quando escapava em velocidade inacreditável pela ladeira lá de casa. E também a mais doce, protetora... Uma verdadeira mãe para seus filhotes de sangue e para nós três, os quais você adotou com seu radiante coração!

     Tenho em meu ser flashbacks de minhas caminhadas até a escola, quando você sempre conseguia um jeito de escapulir de casa para me acompanhar... E do seu jeito de me olhar, sentada do outro lado da rua... Esperando até confirmar que eu havia entrado no colégio... Me analisando fixamente com aquelas suas estrelas castanhas, pacientes! Ô mocinha... Era eu a responsável por você e não o contrário!

     Mas você com seu jeitinho matreiro sempre arranjava um modo de acabar com as regras... Mesmo sabendo o quanto eu ficava preocupada com seu retorno sozinha para casa! Sei que você mesmo em outra dimensão não mudou sua essência! Deve deixar os anjos com as asas arrepiadas quando resolve vir um pouquinho na Terra para me dar seu afeto e receber beijos... Sinto sua presença e sei que um dia estaremos plenamente juntas novamente, ao lado dos nossos amigos! Por hora, apenas me despeço com um longo abraço e dedico à você as seguintes palavras:

     "Anjos assumem todas as formas... E você, com certeza é um dos meus! Amiga que até pode não ter ficado neste planeta todo o tempo que eu gostaria, mas que só voltou para o Céu quando acreditou ter conseguido me ensinar a começar a voar!"


06/08/2018


Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)


Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br


Fonte dos Vídeos:

http://youtu.be/PzmqkQx-0w8

http://youtu.be/cjK205-q3E4

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