domingo, 17 de março de 2024

A Floresta Mensageira

 


A Floresta Mensageira

No começo tudo era incolor
Cabia em uma gota
Depois vieram as corredeiras
Correntes de genes se expandindo
Até que os ventos abençoados deram seu toque
Trouxeram o Amor, eterno milagre
Em açúcar e sal
E no romper da névoa
Um verde surgiu, meio tímido
Assim a primeira montanha foi se revelando
E sobre ela, olhos e pés, milhares...
Com nomes e seus pensamentos
Tudo natural
Em harmonia
Abraço de asas e raízes
Neve e calor
Sabedoria e espera
Tons foram sobressaindo a cada giro delas...
Das saias das sagradas noites e manhãs
E foi decidido
Pela augusta majestade da História
A missão de cada mestre angelical
Palacetes e suas colunas foram crescendo
Fadas guardiãs se aproximaram de raios
Choque entre fogo e ar
E dessa energia surgiu ancestral poder
Fizeram-se então herdeiras da luz
Dos troféus e bastidores
Divinas e multiplicadas
Vidas vestidas de destino
Aos sonhos, a concessão
Para as lutas, vitórias
Em cada folha uma casa
Em cada voo uma esperança
Catedrais de bonança
Abrigo e amparo
Deslumbrantes fizeram o nascer da persistência
Seres fortes, grandes sementes
Eclodindo o nobre ovo da Mãe Terra
Assinando as sentenças
Nos segundos o futuro está
Tecendo e protegendo o Bem
Com orgulho e temperança
Está a árvore que nunca fenece
Seduzindo as estrelas que para sempre guiarão
Seja para Sul e Norte, Leste e Oeste
Contos cardeais que sim...
Vieram da mesma nascente
Únicos e iguais, inspirados
Peregrinos inseparáveis
Que no céu encontram conclusão
O livro da caminhada aos poucos surge
Escrito e ilustrado sem medo ou rancor
Todas as estradas estão boas e abertas
Ante o aparecimento de poderoso grão
Haverá mistério nesse fruto do além
Ele, elevado ao perfeito degrau da paz
Ele, que é pétala e exemplo de um novo rio
Criatura gloriosa, sempre aprendiz
Viajante entre ilhas e navios
Ignorando soberbas
Acolhendo aplausos
E abraços...
Ah... O soberano abraço dos olímpicos...
O presente sem máculas ou adeus
Beijando em seu âmago mágicos princípios
Graciosos e sagazes instrumentos
Sobre as belezas do passado
Tudo foi dito até aqui...
E pode ser despertado
Novamente
Pelas mãos certas, as suas
Com a memória exata
Brinque, dente-de-leão
É sua certeza real, sua festa
Encontre os versos que marcam sua epopeia
Faça seu rito, ouse
Cante seus sonhos
Preencha o mundo
Heroico, silvestre e veloz
Abra seus braços e coração
E seja imensamente feliz!!!


17/03/2024
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com Patrícia Lettiere ( http://pintandonopedaco.blogspot.com ) e todos os nossos inspiradores.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Para sempre

 


Para sempre

Do meu amor
Por você
Nunca me arrependerei
O para sempre existe e ele é todo nosso
Desejo que nossos corações sejam cada vez mais assim
Vermelhos e gentis
Que venha em mim a sonata que te enlaça
Sua flor preferida
A janela sempre aberta
A estrada repleta de frutos
Para você, que é firme e valoroso
Dou felizes cores ao decantar da noite
Gosto de ver seus cabelos
Secando ao sol
Tua voz é um misto de violinos e harpas
Mais sábio que seta de centauro
Você destrói as inseguranças no destino
Sua certeza é tão clara
Tão transparente, compartilhada
Transitando entre as estepes
Vejo através de seu toque
Não...
Não somos estranhos
Nem estamos distantes
Habitamos algum lugar desses sítios da alma
Pedimos ajuda às araras
E construímos ali nossa casa
No centro de nossas interrogações e respostas
Temos o Criador como conselheiro
Ele nos alimenta
Não vamos falhar
Tudo é inspiração
Sem cobranças ou martírios
Diante de um velho piano de cauda
Que toca obstinado
Mais alto do que o bramir do futuro e seus canhões
Já não meço nosso porvir com passos
Pois superamos a linguagem das léguas
Nossa ansiedade vira calma
Quando percebemos o aqui
Onde tudo é possível
E se realiza
Por isso já podemos comemorar
Um pouco
Descansar e dormir
Nas horas das tardes meigas
Criamos lembranças
As das temporadas das amêndoas
Para os sonhos sublinhados
Com banhos quentes e chaleiras
Semeando morangos e violetas nos santos coretos
Para emanar novos saltos e metas
Conosco está o presente que destrói a solidão
Deixe-mos por um instante o amanhã
Vamos falar amenidades
Pular, pirraçar
Serenar os pensamentos
Simplesmente ser
Analisando...
Lágrimas só brotam de um peito triunfante
E isso é o que você é...
Criatura boa e selvagem
Tenho sentido suas rimas
Em nosso campo celebro sua virtude
Posso ser silêncio
Mas nunca indiferença
Os arautos nos conhecem
Suas trombetas anunciam nossas cartas
E as aldeias celebram
Você vai além das entrelinhas
É mais exato que parágrafos
É livro... Nobre e suntuoso
Estamos transformados, somos paz
Livres e em fábulas
Fazendo verdadeira história
Eis a questão defendida e buscada pelos menestréis
Deixe-me também ainda hoje bisbilhotar
Seus arabescos me chamam atenção
Ao que escrevemos ocultos para nos guiar
Ao nosso recanto de esmeraldas
Colhidas sofregamente
No encontro de luz e pertencimento
Com nossos amigos e luares


27/02/2024
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com Patrícia Lettiere ( http://pintandonopedaco.blogspot.com ) e todos os nossos inspiradores.