domingo, 19 de agosto de 2018

Convite!!!


     Olá, turma maravilhosa que ama a História, Letras e toda forma de Arte!
     Minha irmã, a Patrícia Lettiere, está participando do Concurso de Pintura da Escola Superior de Guerra - RJ!
     Criei esse post especialmente para convidar todos vocês a visitar a Exposição, onde poderão ficar pertinho das belíssimas criações participantes! Sua presença é importantíssima! Todos os artistas se sentirão muito honrados por sentir suas inspirações recebendo esse carinho, essa Luz de vocês!
     As obras de Arte estarão expostas para visitação do público no Salão Nobre da ESG de 23 de Agosto a 06 de Setembro, de segunda-feira à quinta-feira, das 09:00 horas às 15:00 horas. Na Avenida João Luiz Alves s/n° - Fortaleza de São João, Urca - Rio de Janeiro, RJ.
     * Essa imagem está assim porque a Paty está fazendo um pouco de mistério sobre sua obra... Mas é só até o dia 22/08/2018... Depois ela compartilha a foto da tela "sem filtros" nas Redes Sociais dela, rsrsrsrs!
     Paz, Felicidade e Realizações infinitas em suas estradas!
     Beijos, abraços e aplausos!

19/08/2018

Ana Lettiere

Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

domingo, 12 de agosto de 2018

Feliz Dia dos Pais!!! 2018


     Ser Pai é ser Bom, ser Feliz e Inspirar! É ser eterno menino que mantém em si, simplesmente o Melhor... A Magnitude da Natureza, Escolha e Destino!
     Por ser Dom Sublime, pode-se ser pai de tantos... Abraçando a sensibilidade, celebrando a Luz que cruza seus Caminhos, ser retribuído e reconhecido pela Vida na forma de arte, pessoas, pets, plantas e etc!
     Aplausos e Abraços para todos os pais!!!
     Que todas as estrelas continuem cantando no firmamento para abençoar seus mais queridos desejos!
     E que o Universo, Pai Zeloso de toda Humanidade, traga cada vez mais Harmonia, Saúde e Sucesso!

12/08/2018

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

Te Amamos, pai!!!


     Muito Obrigada por Tudo, pai!!!
     Nosso nobre amigo, Ser da Floresta e Herói!!!
     Que todos os seus Caminhos tenham Ar puro, Água doce, Terra Firme, Amor Infinito, Estrelas para teus Sonhos e que toda Paz do Universo te acompanhe!
     E conte para sempre com a gente!

12/08/2018

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

Dia dos Pais, 2018


     Te desejamos infinitas Vidas cada vez mais Iluminadas, Deliciosas e Lindas, Pai!
     Te Amamos, Paulo Lettiere!
     Ideais, Paz e Sucesso, Sempre!!!
     Constelações de Beijos!

12/08/2018

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Infância Fraterna: Encrencas e Alegrias



     Na infância, rusguinhas entre manas são um tanto frequentes. E, tratando diretamente do meu relacionamento com a Tritri, de vez em quando, os motivos mais banais já faziam eclodir atritos. Outras vezes, a gente bancava as precoces, em acirradas desavenças por política... Tudo porque o meu candidato era adversário do dela, e nós, as duas pirralhas, os defendíamos pra valer! Bem... Hoje já posso confessar... Paty é que estava certa! E as maneiras de resolver as diferenças eram por vezes as mais inusitadas, por exemplo: Paty tinha um jeito peculiar de me combater... Me dando vassouradas! Ela, pequenininha, vinha segurando a vassoura pelo cabo, correndo meio desequilibrando... Vez por outra, também fazia uso de sandálias Havaianas para me bater! E eu não podia revidar! Por ser a irmã mais velha, tinha que me controlar!

     Mas, depois de um tempo que a gente tinha feito as pazes, eu pegava um tomate-cereja na plantação da nossa casa, lavava, deixava meio úmido, o enrolava em um monte de açúcar refinado e entregava à ela dizendo que era um doce... Rsrsrs, ela caiu nessa armadilha inúmeras vezes! E fazia um monte de caretas quando percebia que, na verdade, não era uma guloseima... Era vingancinha na época... Mas, hoje em dia, acredito que ela pode até mesmo me agradecer... É coisa fit, chique, de baixa caloria!

     A única televisão da casa também era motivo de disputas quando nenhum adulto estava aproveitando suas atrações. Nos dias úteis, a encrenca entre eu e minha mana, por esse motivo, acontecia quase sempre por volta do meio-dia e meia, que era o horário em que eu chegava da escola e ela estava se preparando para ir para o colégio dela, rsrsrs. Nesse meio-tempo, ela queria que eu brincasse com ela, mas eu pretendia assistir meus programas preferidos (Agora, escrevendo essa matéria, estou me sentindo uma ogra! Paty só queria brincar comigo, o que significa que desde então já gostava da minha companhia. E eu brigando com ela! Desculpa, Tritri!) ! Então, eu ligava a TV e ela desligava! Repetíamos esse processo uma centena de vezes. Vale salientar que nosso aparelho na época não contava com controle remoto. Era daquele tipo que, para ligar, a gente puxa um botão, e para trocar de canal, a gente tem que ficar girando o mesmo botão. Estou revelando isso para que vocês tenham a exata percepção dos danos que esse nosso ato acarretava à coitada da TV!

     Essa sofrência ficava ainda mais conflituosa quando a gente tinha todo o tempo do mundo para desfrutar da presença uma da outra e da TV. Por exemplo, eu era público fiel do Cine Trash, e Paty não curtia tanto como eu. Às vezes ela ficava mais incomodada do que o habitual, o que era somado com a vontade que ela tinha de ver desenhos animados que, para minha desgraça, eram exibidos no mesmo horário dos filmes que eu planejava ver. Então, quando nossa disputa verbal não convencia nenhuma de nós a assistir junto ou pelo menos deixar a outra assistir o que a interessava... A gente "partia para a ignorância" (Nossa! Que sensação estranha, escrever e ler essas coisas sobre minha vida! Já estou começando a acreditar que eu não presto, rsrsrsrs!) , corria até a TV (Acho que a televisão devia chorar por dentro nessas horas, vendo a gente indo na direção dela! Pois já sabia a sessão de tortura que ia precisar enfrentar!) e... A primeira que chegava segurava o botão, e, a segunda, segurava o botão também, tentando vencer a mão da primeira! Ele não parava de rodar, fazendo uma barulhada daquelas... Crácrácrácrácrá!

     Mas, chegou o dia em que, durante essa loucura, algo aconteceu e mudou nossa atitude para sempre quanto a isso! Nessa "rodagem" prolongada do tal botão, ele se soltou! E a gente não soube colocar de volta! Então nos entreolhamos, em acordo silencioso deixamos o botão em cima da TV e saímos quietinhas para brincar em paz no quintal... Assim, como se nada houvesse acontecido! Ao final da tarde, levamos uma bronca daquelas! Tivemos sorte, pois acabamos descobrindo que o botão só tinha se desencaixado! Mas daquele dia em diante, nunca mais disputamos poder através da TV!

     Por conta de ocorrências assim, é que eu e Paty não acreditávamos se algum adulto afirmava que, quando a gente crescesse mais um pouco, nos tornaríamos as melhores amigas, inseparáveis defensoras uma da outra! Mas vejam só... Aconteceu mesmo! Somos unidas para enfrentar perigos até quando estamos desacordadas! Vou explicar... Certa vez, ambas estávamos dormindo e lembro que eu estava tendo um pesadelo, quando, de repente, a Paty me acordou, o que me possibilitou escapar da situação! Ela disse que eu estava falando meio alto, o que a fez despertar. Então, eu revelei o porquê do meu comportamento, e ela, surpreendentemente, me disse que também estava tendo um "sonho" turbulento, e que só acordou quando me ouviu falando sozinha! Ou seja, livramos uma à outra de um momento desagradável, mesmo sem saber o que se passava!

     A nossa vida fraternal não era feita só de guerrinhas... Também formávamos uma bela dupla para brincar! Íamos treinar andar de bike na praça da principal igreja da cidade. Tal espaço estava longe de ser o mais adequado para isso, não contava com retões e era apinhado de canteiros um tanto altos onde ficavam palmeiras... Então, tínhamos que ter juízo, nos aperfeiçoar na execução das curvas. Eu não apreciava isso! Quando tinha que contornar os canteiros, fazia de forma tão devagar, que certa vez até caí em cima de um deles em câmera lenta!

     Perfeito era aos domingos! Quando a rua que ia em direção ao Banco, longa e só com alguns quebra-molas, ficava super deserta e proporcionava acelerar a bike ao máximo! Agora vocês entendem ainda mais porque acho triste o filme "Cidade dos Anjos" ... É isso aí! Digamos que eu tenho essa mania em comum com a protagonista... Voar de bike! Era interessante e mais seguro praticar com a bike na praça da biblioteca. O problema, é que ela ficava um tanto distante da minha casa, e aí nem sempre era prático ir lá!

     E aviso para quem estiver me considerando a doida da bike... Você ainda não está sabendo quem da minha família foi que aprontou feio sobre duas rodas! Adivinhe! Ela mesma! A Tritri! Um dia, resolveu descer uma ladeira bem íngreme, a rua era de terra e repleta de pedras soltas. Estava tudo tranquilo, quando, de repente, ela começou a ganhar velocidade e oscilar, pois a bike estava derrapando! Por estar nervosa, ela não conseguia parar, ficava chorando e gritando: "Gente, freia para mim!" . E para nosso desespero, lá embaixo, ao final da descida, tinha um muro!

     Nosso pai, que também estava de bike, para evitar uma colisão terrível, emparelhou com ela e se jogou com bike e tudo ao seu encontro. Os dois caíram em um matagal que ficava às margens da rua. Em meio a isso, uma moça se aproximou, em pânico com a cena, enquanto o cachorrinho dela, um Poodle, se colocou a latir sem parar e tentou atacá-los! Pelo menos não sofreram nenhum dano físico grave... Só alguns esfolados feinhos! Mas, criança que não "beijou" o chão de vez em quando, não pertenceu aos anos 80/90!

     Aliás, muitas crianças de hoje em dia são nota mil se comparadas com algumas da minha geração! Dia desses, vi uma menininha de uns quatro anos com uma atitude encantadora... Paty e eu estávamos em frente à vitrine de uma loja de brinquedos, quando ela chegou acompanhada por sua mãe... Ficou olhando uma LOL por uns minutos e sussurrou para ela: "Já viu, mãe? É essa que as minhas amigas tem! Compra uma?" e a mãe explicou com calma: "Outro dia, filha. Lembra que eu te falei que hoje a gente só ia ver coisa séria?" , a menina então assentiu e seguiu seu caminho serenamente! Uau! Um anjo! Sinceramente, vejo nisso um exemplo de maturidade! Ainda mais com o apelo que essa boneca exerce não somente sobre as crianças... Todo mundo considera elas fofinhas... Talvez por seu jeito vintage!

     Eu, por exemplo, já fiz a Paty me prometer que qualquer dia desses me presenteará com uma delas. Considero interessante essa proposta de não ter como escolher exatamente o modelo da bonequinha. Fico imaginando qual será a minha! Todas são fabulosas! Mas confesso que uma é a minha preferida... A que parece com Audrey Hepburn! Amo cinema e sou fã dessa atriz! E, por isso mesmo, sei que deve ser uma das mais difíceis de se encontrar entre os tantos tipos de LOL disponíveis.

     Porém, é preciso voltar ao assunto... Paty e eu, em compensação, quando pequenininhas já chegamos a cair chorando na poeira dos pisos das lojas por causa de brinquedos bem mais sem graça, rsrs. Atitude vergonhosa, eu sei! E um desses ataques, no caso da Paty, foi por algo, a meu ver, extremamente inexpressivo... Cuja beleza e utilidade só ela devia reconhecer na época... Um pequenino robô de plástico prateado, que não mexia braços nem pernas e parecia pintado com uma tinta de baixa qualidade!

     Seguindo mais um pouco em meu relato sobre o dia a dia em uma cidade pequena... Lá tínhamos eventos maiores, sim, mas eram poucos... E ocorriam prioritariamente ao ar livre, exemplificando... Aniversário da cidade, chegada de parque de diversões (Uau! Eu adorava aquele disco gigante em que as pessoas ficavam sentadas enquanto ele girava ao som de hits! De vez em quando, um "passageiro" mais ousado arriscava sair da borda do brinquedo, ir até o centro do disco correndo e fazer coreografias!) , festejos carnavalescos e festa junina... Essa também era muito boa! Dava uma vontade irresistível de deixar um pouquinho da mesada em cada barraquinha de quitutes! Sem falar nas brincadeiras! Amo Pescaria! Era rainha em matéria de ganhar kits de maquiagem infantil! Ah, e se uma das barraquinhas estivesse momentaneamente abandonada, rapidamente era invadida por minha gang, rsrsrs! A criançada ia chegando com seus brinquedos, às vezes com animais de estimação e ia se reunindo ali... Até lanche a gente compartilhava! Mas não se preocupem... A gente desocupava prontamente quando o real dono do espaço chegava!

     Em uma ou outra dessas festas se providenciava um pula-pula (Aquele totalmente fechado, inflável) ... Eu achava o máximo (Ainda adoro! Mas, além de hoje em dia ser um tanto raro encontrar um assim, acredito que ficaria complicado para a minha pessoa poder brincar, pois provavelmente é voltado somente ao público infantil) ! Durante uma festa, entrei com minha irmã num desses pula-pulas, como sempre, sob a orientação do meu pai de que, por eu ser a irmã mais velha, devia cuidar dela com muita responsabilidade... E a bem da verdade, apesar das nossas briguinhas de irmãs, sempre gostei de contar com ela a meu lado, para brincar então... Mais ainda!

     Dessa vez, a coisa foi ainda mais descontrolada do que já é a realidade de um pula-pula... Primeiro: O brinquedo estava praticamente lotado... Segundo: As crianças não estavam somente saltando, algumas estavam brincando de caratê, capoeira... E... Terceiro: Tive a que, para mim, foi a visão mais assustadora... Paty se afastou e ficou caída no meio do pula-pula, cercada de gente que estava se arremessando em voadoras!

     Conforme o pessoal quicava, ela era lançada para cima, e já estava começando a chorar, pedir para eu tirar ela dali... Então (Até hoje me sinto uma heroína por isso, rsrsrs) fiquei tão preocupada de vê-la naquela situação, que driblei minha vontade de ficar me jogando, atravessei o mar de pernas e braços que se projetava em meu caminho, levantei ela e saímos dali.

     Ou seja, como podem notar, esses festejos eram ocasiões sempre muito aguardadas e que rendiam conversas por longo período! Porque realmente revolucionavam com alegria o cotidiano do povo! Assim era (Conforme a minha vivência!) grande parte dos anos 80/90 de raiz! Excelência, superação, no mundo, na arte... A Era que nunca vai desbotar... Pois segue, torna-se história e continua viva, sendo parte do coração da gente! Aprecio tanto esses tempos que nem sei se isso ocorre por eles pertencerem à minha infância e adolescência (Reza a Filosofia, que cada pessoa vai dizer que os anos que marcaram esses períodos de suas vidas, foram os melhores de todos os milênios!) ou se todas as pessoas que passaram por essa época concordam com essa visão de beleza!

     Bons tempos, com certeza!... Ou, melhor ainda, Sublimes! Como também eram as brincadeiras com a turma da vizinhança, na rua em frente à nossa casa! Ficávamos ali até meia-noite... Alternando entre elástico, pique alto, estátua, adedanha, pique corrente... Rsrsrs, era tenso quando a "corrente" vinha cercando a gente, kkkk! E para finalizar, compartilho com vocês uma de nossas brincadeiras domésticas preferidas... Que era administrar nossa imaginária lojinha de doces por encomenda! Tudo lindo, organizado... Pelo menos era a nossa intenção!

     Todo dia, após seu trabalho, a caminho de casa, nosso pai ia em um mercado, comprava alguns doces e trazia para presentear a gente! E aí a diversão ficava ainda mais especial, pois a gente inseria eles no contexto... A Paty "adquiria" minhas guloseimas e vice-versa!

     O problema era quando deixávamos tudo nas mãos das nossas amigas, também imaginárias, Lidiane, Esmeralda e Sofia! Eram as atendentes da loja! Rsrsrs! Elas viviam cometendo errinhos nas vendas e por vezes implicavam umas com as outras. Choviam telefonemas de clientes insatisfeitas com as atitudes delas, que, por qualquer coisa, desacatavam as freguesas. O pior, era a ausência de comando que eu e a Paty tínhamos para com as meninas... Aprontavam de tudo e a gente ficava com pena de demitir! O prejuízo era grande, mas, por mais espantoso que pareça, nunca íamos à falência!


08/08/2018

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)


Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

terça-feira, 7 de agosto de 2018

No Lar dos Inconfidentes



     Sempre quisemos conhecer Ouro Preto (MG) ... Uma cidade Linda, Receptiva, repleta de Natureza e... Histórica! Lugares assim, na minha opinião, não precisam ter mais nada! Nos emocionamos ao conhecer cada museu, igrejinha e rua! Estávamos no ninho dos Inconfidentes e realmente ali a gente sente ainda mais forte como os séculos estão interligados! Todo quadro, mesa, cadeira que eu via parecia ter uma revelação a me fazer. Nessas horas me sinto como naqueles livros do Dan Brown... Fico procurando códigos que permitam que eu me aprofunde ainda mais na atmosfera da época que está me inspirando!

     Ficamos por volta de uma semana nessa região e pra contar a verdade, parti com a sensação de que ainda existem inúmeros lugares a serem descobertos e contemplados! Tudo correu maravilhosamente bem, mas para não deixar de contar um episódio maluquinho que testemunhamos, aqui vai... Fomos conhecer uma das igrejas principais, tiramos fotos de seu interior, ouvimos os relatos de nosso guia de turismo, meditamos, saímos e começamos a eternizar o seu exterior em fotos. Até então, tudo estava na mais perfeita paz, até que ouvimos uma mulher que também estava ali fora gritar, começando a discutir com as pessoas que a acompanhavam... E dava para perceber a confusão virando eco dentro das paredes da igreja.

     Todo mundo que estava por ali parou e se afastou da senhora para não irritá-la ainda mais... Porém, como a curiosidade é grande, ficou nas cercanias do desabafo dela para tentar compreender o que se passava... Foi o seguinte:

     "Ela estava revoltada porque seus amigos ou família estavam tirando fotos dela, pedindo para ela fazer pose, ficar ao lado deles nas fotos... Dizia que não sabia fazer caras e bocas, que não tinha paciência para isso, que todo mundo era inconveniente... E que se quisessem fotos dela, que tirassem sem que ela percebesse!"

     Olha... Tudo bem que a pessoa tem o direito de não se sentir confortável para tirar fotos uma vez ou outra... Só não entendi o porquê dela explicar isso em altos brados! Calma, amiga!!!

     Ah, preciso compartilhar... Podem ter certeza, por mais que a gente acredite já conhecer bem a saga de uma localidade, um especialista sempre tem revelações extras para fazer, e a gente aprende muito mais! E de vez em quando a seguinte situação vem à tona... Não sei se já aconteceu isso com vocês em alguma de suas viagens... Vejam:

     Estávamos com nosso guia dentro dessa igreja citada no relato anterior, onde havia mais grupos de visitantes, que por sua vez estavam com seus próprios guias. Íamos circulando entre esculturas e pinturas ouvindo as informações... De vez em quando, um grupo passava pelo outro, vendo a mesma obra, e os guias falando... Só que, sobre alguns detalhes, eles contavam versões um tanto quanto divergentes e um grupo (Quem manda o ser humano ser tão curioso e prestar atenção no que o guia do outro grupo está falando? Não sei! Mas acontece! Não dá para evitar!) escuta o que o guia do outro está revelando... E fica aquela troca de olhares, riso contido e dúvida sobre qual será a versão que mais se aproxima da realidade!

     Ainda em Ouro Preto, resolvemos visitar uma de suas minas... Ao longo do caminho o guia ia nos contando vários acontecimentos de época, detalhes sobre o local, etc. E acrescentou que grande parte dos turistas que iam até ali sempre comentavam com ele que devia ser uma maravilha morar naquela cidade, repleta de subidas e descidas porque era fácil se manter em forma, ficar com as pernas bonitas... Então, às gargalhadas, ele disse para a gente que sempre respondia o seguinte:

     "Que nada! Com esse esforço todo, a gente chega em casa ao fim do dia com as pernas quebradas pela dor!"

     Sim, um cotidiano de esforço, enfrentando chuva ou Sol pode ser complicado... Nem todo dia a gente está tão forte quanto gostaria... Mas é inegável que a topografia da região concede um ar extremamente poético!

     Chegamos à mina, colocamos capacetes e fomos ao encontro da aventura... Realmente tudo dentro daquele espaço fechado, um tanto escuro e todo constituído de terra, é muito diferente, o ar, além de rarefeito, tem um perfume indescritível. Percebi como é, literalmente, ser envolvida pelo interior do planeta! Ao iluminar as paredes com a lanterna, a gente assimilava ainda melhor as diferentes camadas de materiais e cores que formam o corpo terrestre, marrons, amarelos, vermelhos, rosas... E lá ou cá, banhos de pigmentos dourados! Lindo! A natureza é uma Artista!

     Fomos o mais longe que conseguimos seguindo a trilha e o guia nos falou que se encontrássemos, poderíamos pegar alguma pedrinha (Modesta pelo ponto de vista comercial, mas valiosíssima para nós) que estivesse solta pelo chão... Nos empolgamos! Recolhemos algumas, saímos da mina, suados e cobertos de terra (Para acentuar o visual sujinho, eu fui com uma blusa branca... Qual a probabilidade de se entrar em contato com terra vestida com uma roupa como essa e a mesma permanecer limpa? Rsrsrs) . Passamos levemente as mãos e pedras (Pois estas estavam completamente envoltas em barro) na água disponível em um tanque e em seguida fomos para a lojinha anexa aonde eram comercializadas pedras (Essas, semi-preciosas) de vários tamanhos e cores, prontas para decoração ou disponibilizadas em pingentes, anéis, etc. Ficamos admirando as criações e segurando nossas pedras que ainda liberavam um pouco de terra molhada.

     Chegou ao local um casal de estrangeiros e pediu para a atendente abrir uma das vitrines destinadas aos anéis. A moça estava fascinada experimentando as jóias e as recolocando em seus expositores verticais... Mas de repente, ela olhou para nós três, especialmente para nossas mãos e se distraiu enquanto estava devolvendo alguns anéis aos seus lugares, esbarrando de mal jeito, fazendo a peça toda desequilibrar e cair com os mimos que estavam ali colocados... Foi cristal pipocando no chão por todos os lados... Chegava a dar agonia só de ver! Felizmente todos foram salvos e colocados novamente em seu espaço! Depois de um tempo, fomos embora dali e eu tive que comentar: "Gente... Eu acho que pela reação do casal vendo nossa sujeira, deve ter acreditado que a gente trabalhava na mina e estava levando as pedras ali para a loja confeccionar os adornos!"

     Em um outro dia, resolvemos fazer um passeio ida e volta de trem de Ouro Preto até Mariana... Viagem belíssima... Que paisagens grandiosas! Em alguns momentos o trem passa na beirinha de um precipício repleto de mata, a gente contempla todo aquele verde... E se apaixona pela queda d'água deslumbrante que surpreende nossas vistas e eterniza-se em nosso ser! Algo que nos ilumina com sua força diante do viver! Se fosse possível, seria fantástico sair do trem ali mesmo e pegar o rumo daquela torrente! Chegando em Mariana, fomos cativados pela cidade... Um recanto tão acolhedor, que nos inspirou a "batizar" com seu nome, a bonequinha "namoradeira" (Aquela que sempre podemos encontrar nas janelas das casas nas cidades mineiras) que "adotamos" lá e trouxemos para Petrópolis!

     Mas voltando a comentar sobre a cidade... É um verdadeiro fascínio... As ruas repletas de lojas vendendo lembrancinhas, e em cada uma que a gente entrava, não resistia e adquiria alguma coisa... Um bloquinho de anotações ali, um chaveirinho mais adiante. Para variar, ficamos tão absortos com a presença da História que emana ali, que de tão ansiosos que estávamos para tirar fotos junto aos marcos da região, tenho certeza de que deixamos uns meninos que vendiam pedrinhas e pingentes sem entender nada quando eles vieram perguntar se a gente queria anéis ou brincos... Paty e eu, meio dispersas, respondemos "Agora não, muito obrigada... A gente precisa ir para o pelourinho! Fica para a próxima!"

     Partimos da cidade, mas vejam como somos... Alguns dias se passaram e constatamos que ainda tínhamos algum recurso para aproveitar as férias e decidimos passear mais um pouco. Consideramos que, por Paty ser artista plástica, Congonhas, terra de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), criador de "Os Profetas", além de outros trabalhos, seria um destino interessante. Poderíamos admirar de perto as obras do artista! Nosso pai até comentou: "A gente é doido mesmo! Depois de já estar pertinho de lá, a gente vem para Petrópolis e resolve voltar!"

     Fomos, conhecemos e fizemos milhares de fotos! Durante todo o tempo, Paty não parava de tecer elogios ao artista e suas obras. Andava pelas ruas sem conseguir deixar de exaltar a energia e a inspiração de seu amigo! Existe um atrativo a mais para se contemplar obras de arte expostas assim, a céu aberto... A liberdade de poder se aproximar, tocar nas criações... É uma forma da gente entrar ainda mais em sintonia com o artista. E conhecendo a trajetória, os desafios desse Mestre, a gente vê que está diante de uma Obra de Vida!

     Na hora de partir da cidade, ficamos por duas horas à beira da estrada de terra esperando pelo ônibus que nos transportaria para Conselheiro Lafaiete. Por causa do cansaço ocasionado por nossas andanças, cada minuto parecia se arrastar. O ambiente estava meio deserto, como nossa companhia, apenas suor e os automóveis que passavam... Não vou me iludir, devíamos ser uma visão horrível para quem passava por ali, de tão castigados que estávamos pelo calor. Depois de muitos alarmes falsos, quando nosso ônibus apareceu e parou, entramos nele como quem agarra uma tábua de salvação! Me joguei na poltrona, respirei aliviada e abri bem a janela para ir pegando no rosto o ar fresco que a velocidade do ônibus fazia surgir!

     Quando estávamos nos aproximando de chegar à cidade, aproveitei para pegar um espelho em minha bolsa e conferir como estava a make e o cabelo. Fiz apenas uns retoques, pois achei que não me encontrava tão ruim quanto imaginei. Porém, olhando meu rosto me surpreendi por ter me bronzeado tanto! O Sol tinha sido forte naquele dia, mas nem foi tanto tempo assim que ficamos expostos à ele para que eu tenha ficado daquele jeito! Além de queimada, parecia que estava manchada, com um tom um tanto quanto irregular.

     Em Conselheiro Lafaiete descobrimos que só teríamos transporte para nosso próximo destino no dia seguinte... Compramos logo as passagens e procuramos uma pousada. Uma vez instalados, depois de decidir no zerinho ou um e par ou ímpar para ver quem seria o primeiro, segundo e terceiro a encontrar a paz revigorante de um bom banho... Fui contemplada com o primeiro lugar! Mal a água tocou meus cabelos, olhei para o ralo e já me sobressaltei... Estava um redemoinho cor de ferrugem!

     Procurei a água que saía do chuveiro, pois já estava me sentindo naqueles filmes de terror nos quais a água sai dessa maneira... Mas ela estava cristalina! Esfreguei meu rosto e a água veio imunda. Fui até o espelho e vi que minha pele estava ficando clara novamente. Voltei, lavei os braços e também saiu água suja... Era poeira que estava grudada em mim! A esperta que vos escreve passou um tempo enorme viajando em uma estrada de terra com a janela aberta! Que vergonha! Contei à Paty e papai para que eles não fossem surpreendidos como eu fui. Como para amenizar esse mico que pagamos, ao encontrar um refúgio para almoçar, saboreamos uma refrescante porção monstra de salada de palmito... Perfeita para esquecer, ou melhor, nem imaginar e muito menos descobrir a impressão que nossos rostos trabalhados no pó do caminho causou às pessoas que passaram por nós durante nossa caminhada da rodoviária até a pousada depois que chegamos à cidade!


07/08/2018

Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

Com:

Patrícia Lettiere

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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Xuxa (Minha Filha Pet) Bagunceira Linda!








     Amigos, nesse post vou compartilhar algumas recordações sobre a minha primeira cachorrinha, a Xuxa... Colocamos esse nome nela pois sempre fomos fãs da Xuxa apresentadora. Nossa! Não bastava assistir ao programa... Tínhamos que ter a fita musical e comprar assiduamente aquela revista em quadrinhos dela e sua turma... Lembro perfeitamente que por lê-la, eu acreditava que as Paquitas, Praga, Dengue e etc moravam com ela na vida real... Ficava imaginando como devia ser um paraíso e queria estar ali também, com todos eles, vivendo inúmeras aventuras regadas à muita amizade!

     Mas voltando à minha au-au... A mesticinha mais maravilhosa do Universo... Branca manchada de preto e caramelo, essa eterna menininha, em sua jornada só preencheu minha história com alegrias! Hoje, alguns anos depois de ter se reunido às estrelas de onde veio, ela ainda sabe que meu coração sempre será uma almofada de amor à sua disposição, para que ela se deite e continue a sonhar, depois de um dia inteiro de brincadeiras pelo mundo! Por sua vez, ela afaga meu espírito com seu calor celeste, inundado por vida!

     Ela cruzou nossos caminhos pouco depois de começar a ser exibido o programa global "TV Colosso", que era simplesmente um absurdo de bom!!! Por falar nisso... Dia desses, eu estava matando a saudade desse programa, assistindo a um de seus vídeos no You Tube... Uma verdadeira máquina do tempo guiando para dias cintilantes do meu passado. Só para mencionar dois trechos presentes no vídeo, aqui vai: Em um, a gente se depara com uma dupla de au-aus que se atrapalha toda para responder às perguntas do "Capashow"! E em outro momento, durante uma conversa com seu chefe, JF, o Capachão pergunta para ele "Que Rei sou Eu?"...

     E nem é preciso comentar sobre a fome titânica em que aquela galera sempre se encontrava, kkk! O final do programa, invariavelmente, contava com a turma avançando para o refeitório, "atropelando" o Chef de Cozinha! Lembro que eu e minha irmã, a tempos vínhamos insistindo para ganhar um cachorrinho, e com a estréia dessa atração infantil, a situação só se agravou, rsrs!

     Bem, agitada, Xuxa sempre foi, desde pequenininha! Mas foi mesmo em sua "adolescência" que ela começou a mandar na gente... Sim, porque ela cresceu, e bastante, ficou vistosa... Às vezes sua energia até nos assustava! Ela vinha correndo de longe e se jogava nas costas da gente de surpresa. Se estávamos lavando nossas bicicletas, por exemplo, quase íamos ao chão quando ela nos acertava em cheio, rsrsrs!

     E nesse clima de "Agora ninguém pode comigo!" foi que vivenciamos o primeiro susto grande com ela... Quase tivemos "um troço" nesse dia... Estávamos Paty, eu e papai levando ela para se vacinar numa praça da cidade... Colocamos a coleira na "mocinha" e até que ela estava seguindo relativamente direito pelos caminhos. Ia meio ziguezagueando, mas tranquila, até chegarmos ao calçadão da lagoa... Onde começamos a encontrar outros cães e seus donos indo e voltando da praça. Então Xuxa começou a ficar tensa (Tenho certeza de que os cachorrinhos que estavam voltando contavam o que os aguardava aos que ainda estavam indo, porque a atitude dela mudou muito), mas estávamos conseguindo controlar a situação...

     Passamos por uma Poodle, as duas travaram as passadas mas após alguns segundos cada uma foi pro seu lado... Passamos por um Pinscher, rosnaram, mas seguiram seus destinos... Quando ela ia passar por um cão da raça Lobo, o bicho pegou! Os dois começaram a latir, se embolaram, ficaram até em pé! O moço, dono do cachorro, se desesperou e soltou a coleira dele, Xuxa arrebentou a dela e os dois saíram correndo enlouquecidos para o meio da pista. E nós todos gritando por eles... A gente pensava "Vão morrer... Ou de briga ou de atropelamento! Ai, não!"

     Só se arranharam. O Lobo voltou de forma obediente para seu guardião, pedimos desculpas pela participação de Xuxa na confusão, o homem aceitou e seguiu seu caminho... Mas Xuxa continuava no mesmo lugar, sentada no asfalto quente! A gente no canteiro, chamando, implorando, chorando, para ela ter o bom senso de sair dali e ela só mexendo as orelhas! Até que, com toda calma, ela resolveu mostrar piedade para com nossa agonia e veio para perto da gente... Mesmo assim não escapou de tomar a vacina! A saúde em primeiro lugar!

     Outro susto do tamanho de um mundo, foi na ocasião em que a gente estava voltando para casa... Eu e Paty com pedaços de torta nas mãos e papai conduzindo ela com a coleira. Nessa época, a gente estava morando em uma rua mais afastada do centro, mais deserta... E por ali existiam umas construções com muros pequenos onde habitavam cachorros grandes... Já dá pra sentir o drama, né?!

     Pois bem... Xuxa resolveu prestar atenção ao que latiam dois Dobermans e começou o triste espetáculo... Com todos os dentes à mostra, latiu também, e grosso, algo típico dela... Sempre revidava de igual para igual, mesmo que os outros tivessem o dobro de seu tamanho! Um choque para mim, que na época acreditava que todas as cachorras latiam fininho como pets de bolsas dignas de Miss!

     Os Dobermans não hesitaram, desceram a escadaria de seu quintal, passaram pelo portão que não tinha grades suficientes para impedi-los e... Vieram pra cima! Com medo de que por estar presa, Xuxa levasse desvantagem na briga ou até mesmo se enforcasse, papai soltou a coleira. E lá fomos nós correndo, gritando encarecidamente para que parassem com aquilo e levando esbarrões por todos os lados... Em um dos golpes, um dos pedaços de torta voou a uns três metros de altura e voltou a aterrissar são e salvo nas mãos da Paty... Que sorte! Após a competição de brabeza, todos eles exibiam uma dezena de arranhões mas felizmente nada de mordidas!

     Olha... Confesso que na verdade, todos esses cães que brigaram com Xuxa, e ela também... Se comportaram razoavelmente bem, pois nunca sobraram mordidas para a gente ou alguém que estivesse passando no momento... E eles saíam de suas tretas com ferimentos mínimos.

     Pior do que ver ela tendo essas desavenças, foi o dia em que ela fugiu de casa, simplesmente sumiu... Aí o mundo parou, porque ficávamos pensando nela sozinha, perdida, com fome e sede, atravessando as ruas sem olhar e arranjando arruaça com todo cachorro que passasse por ela. Foi sofrimento puro! Lembro que nós três saíamos todos os dias bem cedo de casa e começávamos a procurar pelas ruas mais próximas... Conforme íamos tendo que procurar por bairros mais distantes, as esperanças iam embora. Em algumas dessas buscas, um toque de humor se repetia... A gente ia pelas ruas gritando seu nome enlouquecidamente, com a sensação de que nossas vozes iriam chegar até ela e criar um caminho sonoro que iria guiá-la de volta ao seu lar... E nem se dava conta do que isso significava para quem não sabia o que estávamos querendo...

     O que podia ser? Como poderiam desvendar? Crianças em uma cidade pequena, correndo numa rua pacata, gritando por Xuxa! Pronto! Logo apareciam outras crianças, saídas de tudo quanto é portão... Perguntando se a Xuxa, apresentadora, tinha passado por ali. E sem esperar pela resposta já começavam a chamar também! Rsrsrs! Sobrava para o nosso pai explicar a situação para a galera! Resumo da ópera... Não encontramos ela pelas ruas, nem abrigada em casa alguma. Foi uma semana de "luto", até que ela milagrosamente apareceu em nossa casa. E não estava só! Trouxe seu amado, o malandrinho mais fofo e fiel que eu já vi... Era pintadinho igual à ela... E o hóspede foi ficando até que virou de vez parte da família! Por causa do seu focinho, que parecia uma batata graúda e super peluda, demos o nome de "Batatão" para ele.

     Bem, não demorou e descobrimos que essa nossa filha ia nos presentear com netinhos! Eles chegaram de madrugada, vimos o nascimento de todos! Nesse dia nem fomos para a escola... A gente não ia conseguir se concentrar nas aulas sabendo que aquelas lindezas estavam nos esperando! Oito bebês adoráveis, todos com as cores copiando às dos pais... Um tinha uma mancha preta maior, outro era todo branco só com as pernas repletas de bolinhas pretas, o terceiro era todo preto com mancha branca na testa e assim por diante... Uma família au-au apaixonante! Dentre essas crianças, dois irmãozinhos nunca se separavam e eram os que mais aprontavam, Bob e Buck. Estes tinham bem acentuados os genes maluquinhos dos pais! E eram seres das florestas! Adoravam ficar no mato... Valentes, desbravadores e... Safados... Até beber cerveja já quiseram!

     Foi assim... Nosso pai estava fazendo mais um trecho do muro da nossa casa e todos eles estavam resguardados numa espécie de quartinho, no fundo do quintal. Meu pai resolveu fazer uma pausa e lanchar... Pegou uns salgados, uma latinha de cerveja e botou em uma bandeja sobre uma pilha baixa de tijolos... Depois de algum tempo se distraiu... Até que percebeu o barulho de lata rolando pelo chão! Olhou e nem acreditou no que estava presenciando... Eles tinham cavado por baixo da porta do quarto, saído e estavam atacando a lata! Brincavam com ela e quase beberam o conteúdo que começava a ser esparramado ao longo do chão! Foi a maior correria para recolher os filhotes que teimavam e nos driblavam por todos os lados!

     Essas e todas as muitas memórias que se tornaram o Sol daqueles tempos só foram possíveis por um dia você ter entrado em minha vida, Xu... Você, que sempre será a mais forte, com seus pulos altíssimos a fim de alcançar seu brinquedo/alimento preferido, o pão francês que lançávamos e que você abocanhava em pleno ar! Sempre a mais rápida, a que fazia subir toda a poeira da rua quando escapava em velocidade inacreditável pela ladeira lá de casa. E também a mais doce, protetora... Uma verdadeira mãe para seus filhotes de sangue e para nós três, os quais você adotou com seu radiante coração!

     Tenho em meu ser flashbacks de minhas caminhadas até a escola, quando você sempre conseguia um jeito de escapulir de casa para me acompanhar... E do seu jeito de me olhar, sentada do outro lado da rua... Esperando até confirmar que eu havia entrado no colégio... Me analisando fixamente com aquelas suas estrelas castanhas, pacientes! Ô mocinha... Era eu a responsável por você e não o contrário!

     Mas você com seu jeitinho matreiro sempre arranjava um modo de acabar com as regras... Mesmo sabendo o quanto eu ficava preocupada com seu retorno sozinha para casa! Sei que você mesmo em outra dimensão não mudou sua essência! Deve deixar os anjos com as asas arrepiadas quando resolve vir um pouquinho na Terra para me dar seu afeto e receber beijos... Sinto sua presença e sei que um dia estaremos plenamente juntas novamente, ao lado dos nossos amigos! Por hora, apenas me despeço com um longo abraço e dedico à você as seguintes palavras:

     "Anjos assumem todas as formas... E você, com certeza é um dos meus! Amiga que até pode não ter ficado neste planeta todo o tempo que eu gostaria, mas que só voltou para o Céu quando acreditou ter conseguido me ensinar a começar a voar!"


06/08/2018


Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)


Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br


Fonte dos Vídeos:

http://youtu.be/PzmqkQx-0w8

http://youtu.be/cjK205-q3E4

domingo, 5 de agosto de 2018

"Novelas, Filmes e Músicas": Novelas brasileiras, parte 3, "O Tempo Não Para"






     Viagens no tempo são sempre fascinantes! E em arte, muitas vezes estamos mais frequentemente habituados a ver visitas do presente e futuro para o passado. Mas a abordagem de aparições de personagens do passado rumo ao presente e ao futuro oferece um leque para muitas surpresas... É interessante, porque se alguém vai do futuro para o passado leva vantagem, pois já sabe os pontos-chave do mundo ao qual se entrega. Mas quando se vem do passado para o futuro, não vai aterrissar suavemente, não estará diante de algo só novo... Muita coisa será até mesmo inimaginável! E isso talvez seja representado de maneira ainda mais concentrada logo no início da novela, onde o autor provavelmente vai retratar as fortíssimas discrepâncias existentes entre as duas realidades.

     Imagino como seria a reação de uma personalidade de época, desembarcando hoje em dia, em algum lugar bem diferente, seja pelo clima, vocabulário e até mesmo sociedade do qual ela frequentava... E ninguém a reconhecesse... Isso, no caso da personagem gostar de ser paparicada, se achando no direito de ser idolatrada, igual se consideravam algumas rainhas e reis que comandaram seus povos a alguns séculos. Também me deixo levar em fabulosas suposições sobre como se portariam pessoas pouco conhecidas no início de suas vidas em outras épocas, se viajassem no tempo antes de conquistar a fama em seu "lar" , e, no futuro, as pessoas as reconhecessem... Com certeza ficariam extremamente perdidas, querendo saber o porquê de todo o alvoroço!

     Recomendo os filmes "Os Viajantes do Tempo", de 2001 (Aprecio demais a altíssima performance que Jean Reno e Christian Clavier dedicam aos seus papéis na obra) e "Kate & Leopold", também de 2001... O primeiro, vai mais para o lado da comédia... Esse filme é muito louco... Fico horrorizada com algumas cenas em um restaurante moderno, protagonizadas pelo servo interpretado pelo Clavier, rsrsrs... Vida de plebe era bem tensa! Mas, calma... Existe solução! O filme cuidou de tudo... O desfecho para esse personagem também foi legal!

     A segunda obra, tem um enfoque romântico... O filme começa com o Leopold chegando do passado e na "segunda parte", a Kate vai ao passado encontrar-se com seu amado. Uma das coisas mais cativantes em obras desse estilo, é o jeito deslocado dos recém-chegados. Aliás, essa minha frase anterior revela um desejo meu quanto à novela... Se possível, que a obra não se apresse em modernizar os "visitantes"... Os personagens necessitarão aceitar e aprender a conviver com os recursos atuais. Mas tudo será ainda mais especial se eles conseguirem conservar a energia única de quem "vem de longe"!

     Mas retornando à novela... Adorei o jeito do cachorrinho Pirata... Fiquei muito feliz por ele estar entre os sobreviventes! Assim como foi excelente a escolha de trazer o Teófilo para o presente. Pesquisando sobre a novela, descobri que ele vai acordar desmemoriado e perdido no tempo e na cidade... Imagino as cenas hilárias para as quais essas circunstâncias irão contribuir! O potencial de um personagem com a conduta dele é infinita! No primeiro capítulo, ele, em sua época, já sofria com as reprimendas do patrão pelo fato de se expressar com muitos pormenores... Imaginem então o que lhe acontecerá nos dias atuais, nos quais são "deletados" cada vez mais caracteres e se espera que tudo seja executado à jato! Mas confesso que tenho uma suspeitinha que, por um momento atravessa os modos um tanto desastrados dele... No primeiro capítulo, ainda em sua época, Dom Sabino se espanta com o custo da festa que planejava oferecer para sua filha, cujos valores haviam sido apresentados pelo guarda-livros da família... Espero que Teófilo não tenha manipulado as contas para se favorecer de alguma forma!

     Li em um site que o autor definiu sua obra como "puro nonsense"... E, na minha opinião, criações assim são maravilhosas! Coisa mágica é sentar em frente à uma TV e se impressionar com uma novela, filme ou minissérie bem mirabolante... Do tipo que faz a gente ser transportado pelos inúmeros Universos que brilham lado a lado com a História! Já fiquei encantada ao assistir aos primeiros capítulos! Quando artistas viajam em pensamento e se divertem ao explorar os tempos, tudo fica infinitamente belo! Transmitem Amor pelo que fazem! E mais do que isso, permitem que o público não somente testemunhe, mas descubra dentro de si a infinitude que são capazes de desbravar ou construir! Novela perfeita é aquela pela qual me sinto convidada à formular as teorias mais absurdas à cada minuto que passa!

     E com essa já tem tanta coisa passando pela minha mente... Me levando a tentar me antecipar às sequências naturais da obra! Rsrsrs... Peço perdão ao autor, por minhas versões insanas. Mas simplesmente não consigo evitar, vejo as cenas e vou processando possibilidades! Fico pensando:

     "Será que novos congelados aparecerão? Pode haver outro bloco de gelo!"
     "Alguém sobreviveu ao acidente e continuou a vida em sua própria época?"
     "O que as pessoas que não estavam no navio mas conheciam os passageiros, fizeram a partir da notícia do acidente?"
     "O que aconteceu com os que estavam no navio e não sobreviveram em sua época nem ficaram congelados? Será que ao longo da obra, uma pessoa ou mais será mostrada como reencarnada nos tempos atuais e irá cruzar o caminho dos que foram encontrados congelados? Se isso acontecer, talvez ela sinta um reconhecimento pelo sobrevivente e nem saiba explicar a razão. A mesma coisa pode ocorrer da parte de um dos congelados em relação à reencarnada!"

     Essas minhas últimas aspas até já desenvolvi um pouco mais... O Samuel pode ser alguém do passado que não tinha conhecido a Marocas pessoalmente, mas viu o retrato dela (Aquele que estava sendo criado no primeiro capítulo da trama, na época dela) , a admirou e sofreu ao saber de sua "morte"... O tempo passou, ele renasceu e ao vê-la no bloco de gelo, parada como na pintura, seu coração foi novamente tocado. E vai ter um rival "de época" bem enjoadinho, hein, rsrsrs! Bento tem "um quê" de quem vai aprontar!

     Parabéns e aplausos para os envolvidos nessa magnífica trama! Vocês já são Sucesso, um Show ostentando talento verdadeiro!!!

     Cada vez mais Felicidade e Harmonia para todos!


     05/08/2018

     Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

     Com:

     Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

     Fonte da imagem:
http://gshow.globo.com/novelas/o-tempo-nao-para/noticia/o-tempo-nao-para-conheca-a-historia-da-nova-novela-das-7.ghtml

     Saiba mais sobre a novela:
http://gshow.globo.com/novelas/o-tempo-nao-para

http://mdemulher.abril.com.br/novelas/o-tempo-nao-para-nova-novela-das-sete-questionara-racismo-no-brasil

     Fonte dos vídeos:
http://youtu.be/qvK-bILyqgM

http://youtu.be/B4agxk8B4nk