segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O arquipélago do relógio


O arquipélago do relógio

     *Navegações...

     .Áreas Secretas

     Certo amanhecer, mais uma geração descobriu sua primavera... Seus filhos foram lançados à uma preciosidade que jamais adorna paredes ou desfila pelas ruas. Encantados, perceberam o dom de Ser... No entendimento de que, desde que nasceram, estavam destinados àquela jornada! Mergulharam em uma construção portadora de tantos ponteiros como existem corações na Terra... E além de números, poesias a compunham... Tantas quanto se pode imaginar as dimensões do Universo.

     Fascinados, decifravam como algo tão delicado e complexo nunca emperrava ou excedia. Não existia sobressalto... O despertar, gradativo, inevitável, vinha de músicas, em passos que evoluíam... Em cadência suave, fraterna afinação.

     Contemplavam, sem perceber, embrenhando-se naquele horizonte. Quando um cansaço ousava interferir, acrescentado ao sentimento de estarem longe demais de casa ou perdidos de si, passarinhos os socorriam em desenhos suas esperas ou lembranças.

     Os segundos, barcos movidos à felicidade e consciência, flutuavam para todos os lados... Ideais singrando mil águas. De instantes em instantes, bastava o desejo de abandonar as amuradas, para alcançar portos e admirar paisagens irresistíveis... Fosse revigorante adormecer de girassóis ou brotar de nuvens.

     Aceitaram o convite dos minutos... Por vezes, estradas amplas, belas, de alternadas formas, que se cruzavam... Em outras, despretensiosas trilhas selvagens e doces.

     Seguiram rumos que chamavam às horas. Vencendo pontes levadiças, fizeram cidadelas mais fortes, sábias... Ali se demoraram... Florestando, consertando... A engrenagem do relógio da liberdade... Se expandindo por paz e vontade... A máquina perfeita da História!


18/11/2018
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)


     *Ofereço esta e todas as minhas letras à:

Minha irmã, Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

Ao meu pai, Paulo Renato Lettiere Corrêa (Paulo Lettiere)

E a todos os meus Mestres, de todos os tempos...

Em agradecimento por me incentivarem a escrever e compreenderem minhas horas de silêncio.

sábado, 17 de novembro de 2018

Um mimo para a alma!


     Dados sobre a imagem:

     Nome: Alma Nativa
     Estilo: Desenho
     Criação de:
     Patricia Carla Lettiere Corrêa

http://pintandonopedaco.blogspot.com.br

     2018

#AlmaNativa
#Desenho
#FiltroDosSonhos
#BoasEnergias
#PortalDoUniverso
#GanheiDaMinhaMana
#MuitoObrigadaPaty
#TeAmoTritri

Novembro/2018
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Infinitos Vivas, para você... Nossa Luz, nosso Pai!!!


     Feliz Aniversário, Paulo Renato Lettiere Corrêa!!!

     Que Saúde, Amizade e Paz te abençoem sempre, pai!
     E que seus passos recebam o afago refrescante das gramas das manhãs orvalhadas... Sua alma se encante com os milagres e sonhos que encontra em seus recantos... E seus olhos brilhem, ao reconhecer cada vez mais em seus horizontes, a real maravilha que acompanha os destinos construídos com sabedoria e doçura! Paty http://pintandonopedaco.blogspot.com.br e eu te amamos demais, menino!!! Muito obrigada por tudo, mas, principalmente, por existir... Cada um de seus abraços é fortaleza, honra e eternidade!
     Beijos e Aplausos!
     Parabéns!

06/11/2018
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A Folha e a Floresta


     Ela, a folha, começou como todas iniciam... Verde. Desde sempre quis ser bonita como ela... A potência máxima das Virtudes do Ar, a Gloriosa Deusa Amazônia! Crescia ao banho do Sol, dos Sonhos... Seguia os conselhos profundos da Terra.

     Quando se pensava pronta para desfalecer, as chuvas chegavam, e, revigorava-se, aprendia... Ela as sentia como cachoeiras a responder-lhe. Eram um sinal, um convite que os ventos confirmavam em suas promessas, quando, de passagem por aquelas cercanias, poetisavam em silvos.

     Fogos de fúria vinham e partiam, mas o Outono, foi quem sutilmente soou o gongo... Iniciando sua escrita em novas páginas, deixando partir as folhas secas. E foi assim que ela plainou... E ao chegar ao fim dessa sua curta viagem, conheceu o real sabor do solo. Olhou uma última vez para o alto e teve a sensação de que havia cumprido bem sua missão enquanto fora parte daquela bela árvore... Com certeza nunca tinha reparado exatamente como era alta... Uma majestade, sobrevivente!

     Simultaneamente, ficou feliz ao ver quantas viçosas novas irmãs suas já despontavam, jogando seus primeiros beijos em direção ao Astro Rei... Grandes ideais já eram anunciados por aquelas recentes princesas. Se despediu e descobriu como se mover, mapear as brisas e colinas, reconhecer os turbilhões...

     Demorou a desvendar o contornar das pedras... Ela vinha inebriada por suas adoradas ventanias e era tragada pela peneira de rochas. Mas o chamado do Coração dos Universos estava cada vez mais forte e ela nunca desistiria de ir ao seu encontro... Sabia que algumas lacerações eram irreversíveis, mas precisava tentar se cumprir. Sua caminhada era inconstante, mas, agora, tão depois de seu início, se sentia tão perto...

     Seria criminoso parar... Precisava tentar... Saber se no mosaico divino que habitava suas intuições, haveria de fato um espaço para si... O abraço daquele lugar que ela reconhecia como o mais próximo do Céu que era capaz de imaginar. O tal, que era seu refúgio, a certeza que animava-lhe quando precisava atravessar reinos inexatos... Mesmo quando seus pesadelos zombavam dela, em instantes que pareciam preceder o fim, gritando "Os Anjos do seu Paraíso não te querem com eles! Você nunca alcançará seu destino!"...

     Porém ela acordava, pensando "Chegarei! Mesmo que no voo silencioso, em pedaços, cinzas ou memória!"... E, um dia, chegou... Ela não passava, então, de uma castigada renda. Tinha ficado mais suja e leve a cada curva das estradas, a cada abismo... No entanto, quando estava concluindo sua trajetória, já era capaz de acompanhar as altas velocidades das tempestades... Até finalmente aterrissar, maciamente, sobre inúmeras camadas de outras folhas... E realizou livremente o que mais gostava de fazer, respirou... O ar que sempre venerara, mesmo sem tê-lo recebido antes. Um amor ancestral!

     Mesmo honrada, sabia que precisava aproveitar cada segundo. Sua despedida fatal daquela dimensão talvez não estivesse longe. Dirigiu seus mais sinceros pensamentos à rede de belas copas que pareciam guardá-la... Grata estava. Sabia que nunca fora precioso fruto ou encantada flor... Mas foi então que percebeu, que além de folha, era semente!

01/11/2018
Ana Lettiere (Ana Luiza Lettiere Corrêa)


Com:

Patrícia Lettiere
http://pintandonopedaco.blogspot.com.br


*Imagem montada com desenhos do App Rascunhar.